A Beija-Flor é a grande campeã do carnaval do Rio de Janeiro 2008.A apuração dos votos foi realizada nesta quarta-feira, 6, na Marques do Sapucaí. A escola- que completa 60 anos em 2008, vence pela quinta vez em seis anos. Favorita, a Beija-Flor passou boa parte da apuração liderando a disputa.
A vice-campeã é a Salgueiro. A Grande Rio ficou com o terceiro lugar.Estarão de volta à Marquês de Sapucaí no próximo sábado, no desfile das campeãs, a Portela (que ficou em quarto lugar); Unidos da Tijuca (quinto lugar) e Imperatriz Leopoldinense (sexto lugar).
A São Clemente foi rebaixada para o Grupo de Acesso.
A vice-campeã é a Salgueiro. A Grande Rio ficou com o terceiro lugar.Estarão de volta à Marquês de Sapucaí no próximo sábado, no desfile das campeãs, a Portela (que ficou em quarto lugar); Unidos da Tijuca (quinto lugar) e Imperatriz Leopoldinense (sexto lugar).
A São Clemente foi rebaixada para o Grupo de Acesso.
Os jurados avaliaram os quesitos harmonia, bateria, samba-enredo e mais sete dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval do Rio. Quarenta jurados (quatro para cada quesito) deram notas de 7 a 10, com variação de décimos.
A São Clemente perdeu meio ponto porque durante seu desfile, uma componente apareceu com a "genitália desnuda", segundo os jurados. A Grande Rio também perdeu um décimo.Os jurados analisaram se as escolas estouraram o tempo, que é de 65 minutos, mas todas desfilaram dentro do tempo estabelecido.
A Beija-Flor entrou na Marquês de Sapucaí disposta a provar que a vitória no ano passado foi legítima. A azul e branca de Nilópolis entrou luxuosa para retratar os encantos de Macapá, na região amazônica. Antes mesmo de pisar na avenida, o carnavalesco Laila fez um inflamado discurso no qual rechaçou as especulações sobre uma possível manipulação no resultado do ano passado. "A Beija-Flor não precisa de subterfúgio para vencer o carnaval. Quiseram macular o título que a gente ganhou dignamente. Vamos mostrar que Nilópolis é a terra do samba", afirmou.
Com o enredo sobre o Rio, o Salgueiro retratou a emoção que os portugueses sentiram ao chegar pela primeira vez à cidade. Este ano, a escola vermelha e branca apostou na irreverência e originalidade para contar as belezas cidade maravilhosa. Tanto que a comissão de frente trouxe portugueses que chegaram ao Brasil em uma banana boat e já enlouquecidos com o tempero da mulher brasileira.
Com bastante luxo na avenida, escola apresentou um carro que representava o sol e contava com 500 metros de cabos com luz neon. Outra alegoria representou os Arcos da Lapa, símbolos da boemia carioca. A zona norte do Rio, região mais pobre da cidade, também esteve representada na última alegoria. Diretores da escola, vestidos com uniformes similares aos da Guarda Municipal, fizeram a festa e ajudaram a manter em cima a harmonia da escola.
Faltava um minuto para terminar o tempo regulamentar do desfile quando o último integrante da bateria da Grande Rio atravessou a linha de chegada. A escola não perdeu pontos por atrasos, mas certamente será penalizada no quesito alegoria - uma das principais apostas da agremiação, o carro ritual Abaueté, quebrou em frente ao Setor 4. Ficou parado por quase cinco minutos. A escola, reduto de celebridades, teve uma estrela em especial, para quem todos os flashs estavam voltados: a madrinha de bateria Grazi Massafera. Linda, simpática, sorridente, e esforçando-se para sambar, a moça fez bonito na passarela.
Os desfiles
A Portela apresentou carros alegóricos bonitos, fantasias bem acabadas e muitas mulheres daquelas de levantar o sambódromo (a rainha da bateria, Adriana Bombom, no auge da forma, encabeçava a lista de beldades). Cavalos marinhos, recifes de coral, peixes, borboletas, golfinhos e pingüins apareceram em profusão. Os pontos altos foram o carro que trazia um gorila de dez metros de altura, representando a África e sua exuberância natural, e o que mostrava os efeitos dos abusos cometidos pelo homem: uma alegoria toda marrom, sem vida. Um buraco observado na metade final do desfile, provocado pelo atraso na entrada de um carro, pode prejudicar a escola.
Apesar de apresentar um lindo desfile, repleto de fantasias e alegorias de bom gosto e com acabamento impecável - assinatura da carnavalesca veterana Rosa Magalhães -, a Imperatriz não conseguiu levantar o público da Sapucaí com seu enredo "João e Marias", mais um que homenageou os 200 anos da vinda de d. João VI e a corte portuguesa ao Brasil. A agremiação enfrentou alguns problemas: um integrante da comissão de frente caiu e precisou de ajuda para continuar a apresentação. O quinto carro, que representava a chegada de d. João ao Rio, emperrou logo no início do desfile e causou um buraco. Integrantes ficaram desesperados e houve correria.
A proposta da Viradouro era colocar a Marquês de Sapucaí de pernas para o alto. A escola vermelha e branca de Niterói, no Grande Rio, fechou o primeiro dia de desfile na avenida e com o enredo "É de Arrepiar", composto por Paulo César Portugal, Evaldo, Tamiro e Lima de Andrade, e cantou uma multiplicidade de cenas de arrepiar. Ao final do desfile, que foi emocionante e inovador, a escola protestou contra o veto a um carro alegórico que retratava o Holocausto.
Na Unidos da Tijuca, segunda escola a desfilar no segundo dia de desfiles do carnaval do Rio, na noite desta segunda-feira, a coreógrafa Priscila Motta mostrou a coleção de máscaras de carnaval para o setor popular. Ganhou o público. Os alecrins tijucanos deram passagem para o símbolo da escola, o pavão. O carro alegórico que simbolizava a ave vinha com 80 bailarinos, que abriam leques, formando as asas do bicho num belo efeito.
Para celebrar o bicentenário da chegada de d. João VI e sua corte ao Brasil, a Mocidade, que abriu a noite de segunda-feira na Passarela do Samba, voltou ainda mais no tempo e contou a história de d. Sebastião, rei de Portugal que viveu no século 16. A escola de Padre Miguel fez um desfile alegre e colorido e contagiou parte do público, que balançava bandeirinhas verdes e brancas para saudar sua passagem.
A Vila Isabel tinha um enredo social, carros alegóricos criativos, mas, sem um samba contagiante a escola de Noel Rosa não conseguiu empolgar a Marquês de Sapucaí. O mesmo não pode se dizer da estreante Natália Guimarães a frente da bateria do mestre Mug. A miss Brasil casou "frisson" desde a concentração, acompanhada de perto por um batalhão de fotógrafos e por seu pai, Gilberto Guimarães. "Esse foi o melhor dia da minha vida, foi melhor que a passarela de miss. Acho que nem vou dormir essa noite".
A São Clemente perdeu meio ponto porque durante seu desfile, uma componente apareceu com a "genitália desnuda", segundo os jurados. A Grande Rio também perdeu um décimo.Os jurados analisaram se as escolas estouraram o tempo, que é de 65 minutos, mas todas desfilaram dentro do tempo estabelecido.
A Beija-Flor entrou na Marquês de Sapucaí disposta a provar que a vitória no ano passado foi legítima. A azul e branca de Nilópolis entrou luxuosa para retratar os encantos de Macapá, na região amazônica. Antes mesmo de pisar na avenida, o carnavalesco Laila fez um inflamado discurso no qual rechaçou as especulações sobre uma possível manipulação no resultado do ano passado. "A Beija-Flor não precisa de subterfúgio para vencer o carnaval. Quiseram macular o título que a gente ganhou dignamente. Vamos mostrar que Nilópolis é a terra do samba", afirmou.
Com o enredo sobre o Rio, o Salgueiro retratou a emoção que os portugueses sentiram ao chegar pela primeira vez à cidade. Este ano, a escola vermelha e branca apostou na irreverência e originalidade para contar as belezas cidade maravilhosa. Tanto que a comissão de frente trouxe portugueses que chegaram ao Brasil em uma banana boat e já enlouquecidos com o tempero da mulher brasileira.
Com bastante luxo na avenida, escola apresentou um carro que representava o sol e contava com 500 metros de cabos com luz neon. Outra alegoria representou os Arcos da Lapa, símbolos da boemia carioca. A zona norte do Rio, região mais pobre da cidade, também esteve representada na última alegoria. Diretores da escola, vestidos com uniformes similares aos da Guarda Municipal, fizeram a festa e ajudaram a manter em cima a harmonia da escola.
Faltava um minuto para terminar o tempo regulamentar do desfile quando o último integrante da bateria da Grande Rio atravessou a linha de chegada. A escola não perdeu pontos por atrasos, mas certamente será penalizada no quesito alegoria - uma das principais apostas da agremiação, o carro ritual Abaueté, quebrou em frente ao Setor 4. Ficou parado por quase cinco minutos. A escola, reduto de celebridades, teve uma estrela em especial, para quem todos os flashs estavam voltados: a madrinha de bateria Grazi Massafera. Linda, simpática, sorridente, e esforçando-se para sambar, a moça fez bonito na passarela.
Os desfiles
A Portela apresentou carros alegóricos bonitos, fantasias bem acabadas e muitas mulheres daquelas de levantar o sambódromo (a rainha da bateria, Adriana Bombom, no auge da forma, encabeçava a lista de beldades). Cavalos marinhos, recifes de coral, peixes, borboletas, golfinhos e pingüins apareceram em profusão. Os pontos altos foram o carro que trazia um gorila de dez metros de altura, representando a África e sua exuberância natural, e o que mostrava os efeitos dos abusos cometidos pelo homem: uma alegoria toda marrom, sem vida. Um buraco observado na metade final do desfile, provocado pelo atraso na entrada de um carro, pode prejudicar a escola.
Apesar de apresentar um lindo desfile, repleto de fantasias e alegorias de bom gosto e com acabamento impecável - assinatura da carnavalesca veterana Rosa Magalhães -, a Imperatriz não conseguiu levantar o público da Sapucaí com seu enredo "João e Marias", mais um que homenageou os 200 anos da vinda de d. João VI e a corte portuguesa ao Brasil. A agremiação enfrentou alguns problemas: um integrante da comissão de frente caiu e precisou de ajuda para continuar a apresentação. O quinto carro, que representava a chegada de d. João ao Rio, emperrou logo no início do desfile e causou um buraco. Integrantes ficaram desesperados e houve correria.
A proposta da Viradouro era colocar a Marquês de Sapucaí de pernas para o alto. A escola vermelha e branca de Niterói, no Grande Rio, fechou o primeiro dia de desfile na avenida e com o enredo "É de Arrepiar", composto por Paulo César Portugal, Evaldo, Tamiro e Lima de Andrade, e cantou uma multiplicidade de cenas de arrepiar. Ao final do desfile, que foi emocionante e inovador, a escola protestou contra o veto a um carro alegórico que retratava o Holocausto.
Na Unidos da Tijuca, segunda escola a desfilar no segundo dia de desfiles do carnaval do Rio, na noite desta segunda-feira, a coreógrafa Priscila Motta mostrou a coleção de máscaras de carnaval para o setor popular. Ganhou o público. Os alecrins tijucanos deram passagem para o símbolo da escola, o pavão. O carro alegórico que simbolizava a ave vinha com 80 bailarinos, que abriam leques, formando as asas do bicho num belo efeito.
Para celebrar o bicentenário da chegada de d. João VI e sua corte ao Brasil, a Mocidade, que abriu a noite de segunda-feira na Passarela do Samba, voltou ainda mais no tempo e contou a história de d. Sebastião, rei de Portugal que viveu no século 16. A escola de Padre Miguel fez um desfile alegre e colorido e contagiou parte do público, que balançava bandeirinhas verdes e brancas para saudar sua passagem.
A Vila Isabel tinha um enredo social, carros alegóricos criativos, mas, sem um samba contagiante a escola de Noel Rosa não conseguiu empolgar a Marquês de Sapucaí. O mesmo não pode se dizer da estreante Natália Guimarães a frente da bateria do mestre Mug. A miss Brasil casou "frisson" desde a concentração, acompanhada de perto por um batalhão de fotógrafos e por seu pai, Gilberto Guimarães. "Esse foi o melhor dia da minha vida, foi melhor que a passarela de miss. Acho que nem vou dormir essa noite".
Classificação / Escola / Nota
01º Beija-Flor - 399.3
02º Salgueiro - 398
03º Grande Rio - 396.9
04º Portela - 396.8
05º Unidos da Tijuca - 396.5
06º Imperatriz Leopoldinense - 396.5
07º Viradouro - 396
08º Mocidade Independente - 395.1
09º Vila Isabel - 394.6
10º Mangueira - 393.9
11º Porto da Pedra - 388.2
12º São Clemente* - 387.5
01º Beija-Flor - 399.3
02º Salgueiro - 398
03º Grande Rio - 396.9
04º Portela - 396.8
05º Unidos da Tijuca - 396.5
06º Imperatriz Leopoldinense - 396.5
07º Viradouro - 396
08º Mocidade Independente - 395.1
09º Vila Isabel - 394.6
10º Mangueira - 393.9
11º Porto da Pedra - 388.2
12º São Clemente* - 387.5
UM POUCO DA HISTÓRIA DA BEIJA-FLOR
A Beija-Flor de Nilópolis nasceu nas comemorações do Natal de 1948. Um grupo formado por Milton de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Edinho do Ferro Velho), Helles Ferreira da Silva, Mário Silva, Walter da Silva, Hamilton Floriano e José Fernandes da Silva resolveu formar um bloco que, depois de várias discussões, por sugestão de D. Eulália de Oliveira, mãe de Milton, recebeu o nome de Beija-Flor (inspirado no Rancho Beija-Flor, que existia em Marquês de Valença). Dona Eulália foi admitida como fundadora.Em 1953, o Bloco Associação Carnavalesca Beija-Flor, vitorioso no bairro, foi inscrito por Silvestre David do Santos (Cabana) integrante da ala dos compositores, como escola de samba, na Confederação das Escolas de Samba, para o desfile oficial de 1954, no segundo grupo.No seu primeiro desfile, em 1954, foi campeã passando para o grupo I, no qual permaneceu até 1963. Em 1974, retornou para o Grupo I resultado do bom trabalho desenvolvido por Nelson Abraão David. Em 1977, Aniz Abraão David assume a Presidência e projeta a Escola de Samba de Nilópolis como uma das mais famosas do mundo.
Foto Beija-flor: Wilton Junior / AE
Foto Sambódromo: www.globo.com/carnaval2008
Site: www.estadao.com.br